A Estrelinha-de-cabeça-listada, Regulus ignicapilla, também conhecida por Estrelinha-real, é uma ave da família Regulidae.
Esta ave é uma das mais pequenas da Europa (tem à volta de 9 cm) e a mais pequena da nossa avifauna, podendo pesar menos de 5 gramas.
As suas pequenas dimensões, juntamente com o padrão listado e colorido da cabeça, tornam esta discreta ave facilmente identificável.
A coroa (eréctil e inexistente nos juvenis) tem uma lista amarela nas fêmeas e alaranjada nos machos, separada da lista supraciliar branca por uma lista preta bem definida. A zona dorsal é amarelo-esverdeada e a ventral é branca. As asas têm duas listas brancas e uma preta.
Pode ser confundida com a sua congénere Estrelinha-de-poupa, da qual se distingue pela lista branca referida e pela maior extensão da coroa.
Esta espécie distribui-se pelo centro e sul da Europa e pelo Norte de África. Em Portugal nidifica na maior parte do território a norte do Tejo (mais concretamente a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela) mas no Inverno também ocorre na metade sul do país.
É uma espécie residente mas, durante o Inverno, conta com um importante reforço populacional de aves migradoras provenientes do Norte da Europa.
Pode ser encontrada onde haja matas, bosques, bosquetes, parques e jardins, especialmente se existirem coníferas e caducifólias. É mais abundante nas zonas de altitude, observando-se com regularidade na serra da Peneda, na serra do Gerês e no Corno de Bico, mas também pode ser encontrada em zonas florestadas mesmo ao nível do mar, por exemplo no pinhal do Camarido (estuário do Minho) e no vale do rio Lima (nomeadamente na veiga de São Simão e nas lagoas de Bertiandos).
Os meus registos desta espécie foram todos obtidos junto ao Rio Vez, na zona urbana e também na ecovia junto a Guilhadeses, em amieiros, salgueiros e outras espécies.
Durante a época de nidificação, a Estrelinha-de-cabeça-listada, frequenta matas caducifólias, povoamentos mistos ou de coníferas, matas ribeirinhas, matagais mediterrânicos altos, bosquetes de áreas agrícolas, áreas com mimosas, parques e zonas verdes de espaços urbanos.
No Outono e no Inverno frequenta uma grande diversidade de habitats, que vão de urzais e giestais sem árvores, nas serras do norte, a matagais mediterrânicos no sul, passando por todo o tipo de bosques, desde salgueirais a montados de sobro e azinho.
O canto desta ave pode ser ouvido de meados de Janeiro a meados de Julho.
Em Trás-os-Montes, as aves nidificantes podem começar a construir o ninho desde o início de Abril. Podem criar 2 ninhadas por ano, sendo estas constituídas por 7 a 12 ovos. O período de incubação dura entre 14 a 16 dias.
A dieta desta espécie é maioritariamente constituída por invertebrados de pequeno tamanho, destacando-se os insectos e as aranhas.
Devido ao seu pequeno tamanho e rapidez de movimentos de galho em galho, não é fácil a sua observação sobretudo se não for com muita atenção. É, no entanto, uma espécie que faz as delícias de quem tem oportunidade de a observar e juntinho ao Rio Vez poderá observá-la facilmente.
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