O Melro-d’água (Cinclus cinclus) é uma ave da família Cinclidae e caracteriza-se pela plumagem castanha com o peito branco e pela cauda curta.

Os juvenis apresentam uma plumagem acinzentada, com o ventre mais claro.

Esta ave, pouco comum em Portugal, é típica da alta e média montanha. Pouco sociável, vive solitária ou aos pares, preferindo cursos de água batida por correntes e redemoinhos, fundo rochoso e de baixa profundidade com pedras expostas e cascalho, ausência de poluição e margens com vegetação abundante. É no material emerso que ela encontra os poisos preferenciais para a detecção, manuseamento e ingestão das presas de que se alimenta. A sua alimentação consiste, exclusivamente, em macro invertebrados aquáticos, sobretudo larvas de insectos, vermes e moluscos gastrópodes. Estes hábitos alimentares obrigam esta ave a ter capacidades natatórias extraordinárias, sendo a única ave canora capaz de mergulhar e de se deslocar no leito dos rios.
A observação de um Melro-d’água a mergulhar ou a “dançar” sobre uma pedra é um dos espetáculos mais fascinantes que a avifauna portuguesa tem para nos oferecer (ver vídeo).
Atraídos pela facilidade em fotografar esta ave, principalmente na vila e junto à Ponte Centenária, muitos foram os Fotógrafos de Natureza que visitaram Arcos de Valdevez depois de verem os meus registos da mesma: José Alves, José Francisco Salgado, Tânia Araújo, Isabel Cardoso, Alexandre Guerreiro, Sara Barros, André Borges, Amaro Carvalho entre outros. Começaram então a surgir em Arcos de Valdevez, particularmente na vila, estes visitantes que contribuem também para a divulgação do Concelho, muito graças a esta pequena ave.
O Melro-d’água, juntamente com a Lontra-europeia (Lutra lutra) e a Toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), é um bioindicador de topo da qualidade da água de um rio.
No Rio Vez podemos observá-lo facilmente, mesmo em plena zona urbana, o que é muito bom sinal mas também muita responsabilidade para os arcuenses de o cuidar e proteger pois o Vez nasce, corre e desagua no Concelho de Arcos de Valdevez.
0 comentários